quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Custo do Esforço

Vou direto ao ponto sobre o assunto deste post: quando se trata de um bem de consumo, que vai causar um grande afago ao ego e causar uma "visibilidade positiva" aos olhos da sociedade, causando um upgrade em seu "status", as pessoas não medem esforços para adquirir o tal bem. Se endividam, apertam as contas, sacrificam o consumo básico, e tiram dinheiro de onde não existe. Por que então as pessoas não se esforçam da mesma maneira para ficarem ricas?

Ok, de repente fui muito generalista no começo e este tópico toca em muitos assuntos diferentes. Mas vou tentar abordar meu ponto de vista aqui, que nada mais é sobre o esforço que as pessoas gastam/investem em fazer alguma coisa, muitas vezes sem saber o racional por trás daquela atitude.

Pare e reflita por um momento. Vamos supor que você não saiba, mas tenha interesse em aprender a cozinhar. Apesar de parecer uma tarefa trivial, cozinhar bem depende de prática, além de ingredientes e utensílios de qualidade. Então você decide investir parte de seu tempo em ler alguns livros sobre o assunto, assistir algumas vídeo-aulas, procurar na internet e pegar dicas no you tube. Depois de algum tempo, você vai ao supermercado e compra alguns ingredientes, temperos, azeite, molhos, tudo que é necessário para preparar uma refeição baseado em seus estudos e sua prática. Você pergunta para sua mãe e para outros amigos que cozinham os segredos da culinária, pede para que eles mostrem como faz alguns dos pratos para que você aprenda por observação. Depois de queimar algumas vezes, passar do ponto ou tirar antes do necessário, você estará apto a fazer deliciosos pratos que todos irão gostar.

Não é simples e trivial fazer isto? É exatamente este o mesmo esforço necessário para se tornar rico. Claro que não é simples. As medidas de sucesso entre cozinhar um omelete e ter R$ 1 milhão na conta são proporcionalmente diferentes.

O objetivo deste post não é dizer que ficar rico é fácil, porque não é. O objetivo é mostrar que o mindset correto é tudo que você precisa para sair da lama.

Muitas pessoas tomam decisões irracionais quando adquirem bens que não precisam, ou que extrapolam suas necessidades justamente pelo "status" social que aquele bem irá lhe proporcionar. Este ciclo vicioso leva uma decisão mal tomada causar várias outras decisões também serem mal tomadas, e quando a pessoa se dá conta que não precisava daquilo, o cheque especial já está estourado, a fatura do cartão de crédito é paga somente no limite mínimo, a pessoa contrai (assim como uma doença) uma dívida, e fica cada vez mais dependente de um emprego para tentar se virar. A simples hipótese de ser mandado embora causa náuseas e convulsões, a pessoa sua frio e cada vez mais se dedica àquele emprego que não faz sentido e não a deixa feliz, e o mundo segue seu rumo com mais uma pessoa que não tem definidos seus conceitos sobre felicidade e que continuará alimentando esta caldeira de consumo desenfreado dentro de si.

Eu gosto de usar a comparação entre carros nacionais zero km para mostrar o quanto nossas decisões podem ser prejudiciais ao nosso futuro. Primeiro porque o preço de um carro zero é absurdo. Ele não é uma medida de valor do veículo, e sim o preço calculado pelas montadoras e concessionárias, que visam o maior lucro possível, e que as pessoas concomitantemente pagam. É por essas e outras que eu não compro mais carro zero.

O objetivo primordial do carro é transportar seus passageiros a qualquer momento para qualquer lugar. Então por que o marketing das montadoras querem que eu acredite que preciso de bancos de couro, rodas de liga leve aro 18, câmera de estacionamento, piloto automático, etc etc, por um preço absurdo, se nada disso vai fazer o carro chegar de maneira mais eficiente ao destino final? Calma, eu não sou contra nenhum destes acessórios. Eu acho todos eles muito interessantes e obviamente gostaria de tê-los em meu carro. Mas não às custas de sacrifícios na minha saúde financeira e colocando em risco meu sucesso futuro.

Desta maneira, eu prefiro comprar um carro mais modesto, usado, sem bancos de couro nem rodas de liga leve, e que atenda minhas necessidades de locomoção da mesma maneira que um potente ultimo modelo italiano, deixando tranquilidade para que eu possa focar meus estudos e meus recursos na minha independência financeira, por para mim faz muito mais sentido investir em algo que traga benefícios de longa duração, e que vai consequentemente trazer muito mais momentos de felicidade.

Abraços,

Rafael Souza