terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pura Sorte - 11/09/2012

Muita gente acredita na sorte como um fato isolado incontrolável. Acreditam que boas coisas acontecem em nossas vidas somente quando vários eventos independentes se conectam de uma maneira única e especial. Acreditam que esta é a única maneira de alcançar certos benefícios. Estas pessoas acreditam que não podem controlar seus destinos, e estão fadadas a acreditar que o acaso é responsável por trazer felicidade e que a independência financeira é para poucos sortudos que ganham na mega-sena, para políticos em brasília ou para o Eike Batista.

Mas não se iluda. Estas pessoas possuem inteligencia acadêmica. Possuem diplomas, são pós-graduados, fizeram vários cursos, são especializados em diferentes áreas. Muitos possuem excelente conhecimento técnico e funcional em suas profissões. Alguns ocupam excelentes cargos em empresas bem sucedidas, possuem bens materiais, e atribuem muitas destas conquistas à sorte que tiveram em suas vidas. Estas pessoas garantem o funcionamento de diversas áreas de nossas sociedade. Elas nos vendem serviços, preparam refeições, advogam em nossas causas, consertam nossos computadores, criam produtos novos, limpam nossas casas, cuidam de nossos condomínios, ou sejam, estão em todos lugares. Elas inclusive leem blogs sobre sorte e bolsa de valores.

A maioria destas pessoas possui muito medo. Medo de perder o que já conquistaram. Medo de perder qualquer coisa. Medo de que a sorte acabe ou medo de uma maré de azar. Possuem medo do que os outros irão pensar. Medo de parecerem perdedores ou fracassados. Medo de não serem amados ou não serem aceitos.

Esse medo venda seus olhos, tapa seus ouvidos. Ele atordoa seus sentidos, enevoa seus pensamentos. Limita suas capacidades e freia seus ímpetos. O medo limita sua criatividade e aprisiona sua mente. O medo diminui a pessoa, elimina sua coragem. Faz da pessoa apenas mais uma máquina em uma linha de produção. Automatiza suas ações e seus desejos. Define quais são seus sonhos e impõe que somente uma condição de muita sorte vai fazer com que eles aconteçam.

Eu acredito nisso. Eu acredito que este sistema existe. Eu acredito que a maioria das pessoas vive baseada neste sistema, e poucas são aquelas que conseguem se libertar. Eu acredito que muitas destas pessoas possuem um medo tão grande que por mais que a oportunidade de se libertar seja oferecida em uma bandeja, elas ainda sim irão preferir o cobertor quente oferecido pelo medo.

Mas eu acredito que existem maneiras de contornar o sistema. Viver à margem dele. Construir uma vida de sucesso e felicidade sem precisar ser mais uma máquina da linha de produção, que escolhe estar ali dia após dia, porque "afinal de contas eu possuo um ótimo plano de saúde...". Eu acredito que esforço e dedicação aplicados a criar e desenvolver o método correto levam ao sucesso. Eu acredito que a preparação mental correta e o planejamento financeiro consciente e conservador levam ao sucesso. Eu acredito que é possível viver a vida de maneira independente de um emprego em carteira. Eu acredito que a vida é muito curta para ser vivida na maioria do tempo atrás de uma mesa de escritório, e pouco tempo com sua família e seus amigos.

Eu acredito que o mesmo nível de esforço serve para se tornar um miserável ou um milionário. Eu acredito que não existe sucesso sem esforço. Na verdade, eu acredito que sucesso não é uma meta, e sim um meio em si. Eu acredito que nossa caminhada não tem fim, ela tem início e muitos obstáculos. Eu acredito que nós somos responsáveis únicos e diretos sobre como e quando iremos superar estes obstáculos. E eu acredito que os benefícios de superar alguns obstáculos são infinitamente maiores que o tamanho do desafio. Eu acredito que o medo é uma medida do quão dispostos estamos em assumir certos riscos, e ele também é importante para que tenhamos os pés no chão.

Para finalizar, eu acredito que somos a projeção daquilo que acreditamos. Nós estudamos, lemos, pesquisamos, tentamos e nos aperfeiçoamos até o ponto que acreditamos ser capazes de cumprir alguma tarefa com destreza, alcançando algum objetivo. Então qual seria a diferença entre ser feliz e independente financeiramente, e ter uma boa profissão com ótima remuneração, mas que limita o tempo disponível para viver com sua família e seus amigos?

Na minha opinião, definitivamente, a diferença não é a sorte.


Rafael Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário